Pastor também terá que excluir oito publicações com ofensas jornalísticas publicadas no Twitter
Um juiz de São Paulo ordenou que o pastor Silas Malafaia divulgasse oito postagens feitas no Twitter contra a jornalista Vera Magalhes. Ele também não poderá fazer novas denúncias ou divulgar informações falsas sobre o perito, que trabalha para o jornal O Globo, Rádio CBN e TV Cultura. A decisão foi proferida pela 21ª Vara Cível do Fórum Central de São Paulo nesta sexta-feira (02)
O jornalista processou o pastor depois que ele disse que recebia R$ 500 por ano para atacar o governo federal, liderado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), todas as vezes. Malafaia disse ainda que Vera teria sido “empregada pelo governo de Dria”, “em apoio ao governo de São Paulo”.
“Você será processado e deve provar que eu ganho 500.000 por ano, mestre. Esteja preparado para receber uma notificação do meu advogado. Mentir usando a religião como escudo é muito ruim e irônico”, respondeu Vera no Twitter em 30 de abril, alertando sobre o processo. Em março de 2020, o jornalista já havia publicado seu contrato de trabalho, com salário mensal de R$ 22 mil.
Um juiz de São Paulo considerou que havia indícios de uma publicação com conteúdo falso e ofensivo. O juiz responsável pela decisão entendeu que o réu, figura pública, deve se comportar corretamente ao usar as redes sociais, e evitar a publicação de notícias falsas.
A defesa de Vera alegou que o comportamento de Malafaia é inaceitável e mostra, além do crime de honra, a intenção de impedir o livre exercício do trabalho do jornalista e limitar a liberdade de imprensa. No primeiro debate presidencial desta eleição, realizado por um pool formado por Band, TV Cultura, UOL e Folha de São Paulo em 28 de agosto, Bolsonaro atacou Vera. Após pergunta de repórter sobre vacinação, Bolsonaro descartou: “Vera, não esperava outra coisa de você, você dorme pensando em mim. Você é uma vergonha para o jornalismo brasileiro. Você já é um charme.”
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