O senador Flvio Bolsonaro (PL-RJ), dono de 16 imóveis comprados com pouco dinheiro, também usou o dinheiro para pagar despesas pessoais, funcionários e impostos. Além disso, a conta bancária de sua antiga loja de chocolates registrava uma grande quantidade de depósitos anônimos. No total, esse valor em dinheiro ultrapassa US$ 3 milhões.
Os dados contêm quebra de sigilo detectada pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio). Flvio também foi apontado na investigação como líder de uma organização criminosa que atuava em seu antigo escritório na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro). O valor total do desvio calculado pelo Ministério Público, no mínimo, foi de R$ 6,1 milhões.
Os promotores disseram que o dinheiro usado no comércio de Flvio vinha de um sistema conhecido como “rachadinha”, em que os servidores públicos eram obrigados a devolver grande parte de seus salários, em dinheiro, ao deputado na época. A quebra de sigilo bancário de Flvio e outros apenados do programa e a mistura de dados obtidos de empresas e autoridades governamentais também revelaram dúvidas que não estavam presentes nas declarações do atual parlamentar ou de sua esposa, Fernanda Antunes Figueira Bolsonaro.
O MP-RJ identificou pagamentos em dinheiro, comprovados por extratos bancários e outras provas em diversos casos. A investigação também identificou despesas pagas diretamente pelos próprios funcionários do gabinete. A decisão judicial que autorizou o acesso do MP-RJ aos dados financeiros foi revogada em fevereiro de 2021. Atualmente, a PGJ (Procuradoria Geral da República) está reinvestigando. Durante o recurso, o senador Flvio negou ter cometido um crime.
Solicitado novamente pelo UOL para comentar as acusações, seu advogado enviou uma resposta na qual disse não saber “como a história reacende, às vésperas da eleição, a história que foi conquistada e arquivada”. “Não há reclamação, o inquérito foi cancelado pela Justiça porque era infundado e motivado pela política do partido que nos enfrenta nesta eleição. O artigo anterior, que falava em comprar imóveis com dinheiro vivo, confunde a moeda nacional, que é real, com dinheiro vivo. Então, importante enfatizar: dinheiro no dinheiro.”
Ao contrário do que disse o parlamentar, a investigação do caso das rachaduras não foi interrompida. Algumas provas foram rejeitadas, e a investigação continua em andamento e sendo reorganizada pelo MP-RJ. Além disso, o relatório anterior do UOL utilizou dados de violação de privacidade e acordos de confidencialidade, incluindo verificação por meio de entrevistas com fornecedores e equipe de monitoramento. O uso de dinheiro é ilegal, mas especialistas anticorrupção dizem que isso dificulta o rastreamento para onde foi o dinheiro. Veja a prova de uso abaixo.
Chocolateria do Flávio
A quebra de sigilo da ex-chocolataria do senador Flvio Bolsonaro mostrou depósitos na conta corrente da loja no valor de R$ 1,7 milhão. O deputado destacou que, no primeiro ano de constituição, a participação em dinheiro atingiu cerca de 45% dos pagamentos com cartão. O Ministério Público explicou nos autos de investigação que esses percentuais e a diferença de faturamento evidenciam fontes de origem ilegal que foram inseridas ilegalmente no patrimônio da empresa.
Doação para mãe – total: R$ 733 mil.
O senador Flvio Bolsonaro informou em sua declaração de imposto de renda de 2010 que fez doações em espécie no valor de R$ 733 mil para sua mãe, Rogria Nantes Bolsonaro.
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