Candidato à presidência do PT participou de reunião com políticos aliados em hotel da cidade. Lula também disse estar disposto a fazer um ‘grande debate’ com os evangélicos do estado.
O ex-presidente Lula (PT), que representa o Palácio do Planalto nas eleições deste ano, disse nesta sexta-feira (26) que a “guerra” nas favelas não é motivada pela falta ou excesso de polícia nessas áreas, mas pela falta de poder público.
Lula fez essa declaração no Rio de Janeiro, onde se reuniu com associados políticos em um hotel. A reunião incluiu, entre outros, o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSB), que concorreu à vice-presidência da chapa de Lula; o vice-governador Marcelo Freixo (PSB), candidato a governador do Rio; e o deputado regional André Ceciliano (PT), candidato ao Senado.
Falando aos colegas, Lula disse que é importante “devolver o símbolo das coisas boas” ao Rio de Janeiro e que as pessoas devem deixar de ter “medo” de ir à cidade.
“O noticiário diz que tem muitos assaltos, que tem muitas guerras na favela, que tem guerras que não sei onde estão. Embora, de fato, todas essas guerras não aconteçam por falta de polícia ou excessos policiais, essas guerras acontecem porque não há situação que cumpra suas funções sociais”, anunciou Lula.
Se o Estado estivesse nas comunidades com educação, saúde, emprego, coleta e tratamento de esgoto, asfalto, luz elétrica, educação em tempo integral, equipamentos recreativos, centros culturais, ou seja, se o Estado tomasse o lugar da comunidade com coisas e movimentos Claro que a polícia seria apenas mais uma ferramenta daquele Estado naquela sociedade, não uma ferramenta que aparece apenas quando alguém tem que atirar. Em julho deste ano, uma operação policial no Complexo do Alemo, no Rio de Janeiro, resultou na morte de 18 pessoas.
Dois meses antes, em maio, outra operação policial na Vila Cruzeiro, também no Rio, resultou na morte de 24 pessoas e foi considerada a segunda mais mortífera da história do estado. Isso porque, em maio de 2021, em Jacarezinho, uma operação policial resultou na morte de 28 pessoas.
‘Grande debate’ com evangélicos
Em reunião com políticos reunidos no Rio, Lula disse que não vai “misturar” política e religião, mas disse que quer fazer um “grande debate” com os evangélicos da província. Segundo o PT, estão previstas agendas na Baixada Fluminense e em São Gonalo. O escritor do g1 Valdo Cruz informou que a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato reeleito, tem a chamada guerra santa como estratégia eleitoral, buscando conquistar votos principalmente entre os eleitores evangélicos.
“Não sou daqueles que misturam campanha política com religião. Acho que religião é uma coisa, política é outra. Mas precisamos esclarecer as pessoas sobre outras coisas”, disse Lula no Rio, citando outras leis criadas pelos governos petistas. como a que criou o Dia Nacional Evangélico.
“Precisamos acabar com essa crítica de que algumas pessoas com más crenças – que mentem, que tentam fazer da religião um partido político – estão falando aqui no Rio de Janeiro. Estou muito interessado em vir e ter um grande debate com os evangélicos e não falar sobre religião. , mas discutir o Brasil, discutir trabalho, discutir renda, discutir fome, discutir cultura, discutir a situação da mulher brasileira”, acrescentou.
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