Bolsonaro não comentou o caso; em nota, o PT diz que a mentira partiu de grupos bolsonaristas em aplicativos de mensagens.
O segundo turno da eleição presidencial começou com postagens nas redes sociais ligando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao satanismo e o presidente Jair Bolsonaro (PL) à maçonaria. Um vídeo antigo que começou a circular nas redes sociais e grupos de aplicativos de mensagens nesta terça-feira (4) mostra o presidente falando na Maçonaria. O conteúdo é anterior à primeira candidatura de Bolsonaro à presidência em 2018.
Bolsonaro diz no material que não tem intenção de concorrer a CEO. “Não sou candidato a nada”, disse na época. Até a última atualização deste relatório, o presidente não havia comentado publicamente a declaração.
A existência de uma suposta ligação entre Bolsonaro e a Maçonaria pode ser vista como um problema pela campanha do presidente, já que o grupo já foi criticado por influentes lideranças evangélicas que apoiam o candidato à reeleição Silas Malafaia.
Outro vídeo que voltou a circular, por exemplo, mostra um pastor bolsonarista respondendo a uma pergunta sobre a Maçonaria, que ele associou à “escuridão”. Sem data definida, o conteúdo tem um trecho em que Malafaia diz: “A Maçonaria não é pra gente [evangélicos]. Trevas. Isso é calúnia.” Lula, horas depois de garantir um lugar no segundo turno da corrida presidencial, foi ligado a um homem identificado como Vicky Vanilla, que se diz ser um satanista.
Em nota, o PT diz que não há relação entre o homem e o ex-presidente. “Quem espalha isso é desonesto e abusa da boa fé das pessoas”, disse o comunicado. O partido acusa grupos de Bolsonaro no Telegram e WhatsApp de compartilharem mentiras.
Vicky Vanilla postou um vídeo na terça-feira alegando ter recebido ameaças e negando o boato.
“Esta declaração faz parte da vida que fiz e está sendo tirada do contexto”, diz ele. “O vídeo está sendo divulgado como fake news sobre mim e o candidato Lula, que não tem ligação com nosso lar espiritual. No primeiro turno das eleições de 2022, neste domingo (2), Lula obteve 57,2 milhões de votos (48,4%) e Bolsonaro 51,07 milhões (43,2%). Desde o início da campanha, em 15 de agosto, os dois já despontaram como os únicos candidatos com chances reais, reeditando a polarização de 2018.
Durante quase 50 dias, o candidato do PT e o candidato do PL concentraram seus esforços na consolidação de suas bases e na busca de votos dos indecisos e da chamada terceira via. As estratégias das duas campanhas sofreram ataques mútuos em anúncios de rádio e televisão, comícios e debates.
A segunda rodada está marcada para 30 de outubro.
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