A Globo precisou agir rapidamente nas cenas que iriam ao ar no capítulo de sexta-feira (5) de “Cara e Coragem”, depois que acusações de yellowface viralizaram nas redes sociais. na sequência, Paula Oliveira e Marcelo Serrado seriam dublagens dos apresentadores Bruno de Lucas e Ana Clarae apareceria caracterizado com referências à cultura asiática.
Empreiteiro da Globo, Ana Hikari, protagonista de “As Five”, foi uma das críticas da cena. No Twitter, a atriz compartilhou vídeos de ativistas sobre o assunto e usou emojis de palhaço para dizer que se sente assim na foto do crachá quando a emissora comete esse tipo de erro em seus produtos.
“Esse emoticon é a minha foto do crachá de atriz contratada da empresa toda vez que a empresa faz algumas abordagens yellowface/whitewashing/racista e eu tenho que fingir que está tudo bem. Lembrando que isso não é um ataque pessoal a nenhum ator ou atriz, ok? Essa questão é muito maior do que uma questão individual”, justificou.
Com repercussão negativa, a cena acabou não sendo exibida. Segundo informações do Notícias da TV, Claudia Souto, autora da novela, não teria sido a responsável por escrever a cena com elementos asiáticos e, originalmente, os personagens Paolla e Marcelo usariam roupas de couro. No entanto, nas imagens mostradas no capítulo desta quarta-feira (3), um templo e trajes que remetem à cultura foram incluídos.
A história do ativismo de Ana Hikari
Essa não foi a primeira vez que Ana Hikari se posicionou e chamou a atenção da emissora em suas redes sociais. Em 2021, a atriz apontou um erro no programa “Mais Voc”, apresentado por Ana Maria Braga. Na ocasião, um funcionário pintou o rosto e reproduziu a “cara amarela” para homenagear a repórter Juliane Massaoka, descendente de japoneses.
Em entrevista exclusiva com Yahoo, a atriz diz que falar sobre o que a incomoda faz parte de seu temperamento. “Sempre fui uma pessoa que se posicionou, independente da minha carreira artística. Não é porque estou contratada que vou passar o pano para a empresa, vou até questionar!”, diz.
Assim que entrou na emissora, Hikari confessou que estava com medo de como suas opiniões iriam reverberar. Mais tarde, ela entendeu que era do próprio interesse da Globo que ela se manifestasse quando visse algo problemático.
“Diversidade e representatividade têm que vir de trás. Tem que acontecer na sala de roteiro, na equipe de gestão, nos cargos mais altos da empresa. Tem que ter essa representação lá nesses lugares porque a representação da empresa vai crescer de dentro pra fora”, defende.
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