Rafael Nascimento de Souza e Carolina Callegari
No último sábado (13), a Polícia Civil prendeu a mãe de um bebê de 1 ano e sua namorada por lesão corporal seguida da morte da criança. A menina foi atendida na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Mar, na Zona Norte do Rio, mas já estava morta. Médicos e especialistas identificaram vários ferimentos, parte dos quais incompatíveis com o caso recente. Ainda durante a consulta, a equipe suspeitou que a morte tenha ocorrido devido à queda da criança do sofá, versão relatada em depoimento de Daniele dos Santos Bernardes, que cuidava da menina na época e que mantém relacionamento com Amanda Cristina Ferreira Santana, mãe da criança, há 11 meses.
Daniele e Amanda foram presos em flagrante no sábado e tiveram a prisão convertida em preventiva nesta segunda-feira (15). O caso foi registrado na 21 DP (Bonsucesso), onde foram prestados os depoimentos das duas mulheres e testemunhas.
O bebê estava sob os cuidados do acompanhante da mãe quando ela morreu. A madrasta, tentando disfarçar, levou a criança para a UPA da Mar. Segundo ela, contou aos médicos, a criança havia caído de um sofá. No entanto, os médicos acharam isso estranho, pois a criança estava morta há pelo menos uma hora. A mãe também deu essa versão de que a criança estava no sofá. Dada a idade dela, isso não seria fatal, pois a criança não conseguiria se levantar no sofá com 1 ano de idade, ressalta a delegada adjunta da 21ª Delegacia Elaine Rosa, responsável pela prisão em flagrante.
Na sexta-feira, dia 12, os policiais foram até a comunidade Vila do João, no Complexo da Mar, devido à morte da criança, com suspeita de maus-tratos. Os policiais foram até a UPA da Mar, onde encontraram vários moradores do local. Os familiares de Daniele, segundo o documento da prisão em flagrante, “na tentativa de defendê-la, reclamaram do atendimento prestado pela equipe de saúde”.
Foi constatado por médicos e especialistas da UPA que a criança apresentava sinais prévios de espancamento. A mãe sabia que a criança fora espancada e era conivente. Os moradores e pacientes da clínica ficaram indignados com a situação e acionaram a polícia. A facção criminosa permitiu a entrada da polícia, sem trocar tiros. A família da acompanhante até tentou culpar a equipe por negligência médica, mas era mentira, pois ela já estava morta quando chegou, contou ao delegado.
Segundo um dos médicos que prestou o atendimento, a criança chegou à unidade em parada cardiorrespiratória, com pupilas midríticas e com temperatura corporal muito fria, o que “indica que a morte teria ocorrido cerca de uma hora antes da chegada da criança ao hospital ”. De acordo com os depoimentos, Daniele não teria procurado atendimento médico imediatamente para o bebê, “fazendo ela mesma manobras caseiras, que foram decisivas entre a vida e a morte da criança”.
O laudo pericial atestou “hemorragia subaracnóidea e subdural, contusão craniana e traumatismo cranioencefálico por contusão e face incompatível com uma simples queda de um sofá de dois lugares, ou seja, havia algo mais parecido com um possível abalo que teria levado a criança para bito”.
Amanda, em depoimento, disse que não estava em casa e que a criança passava bem. No entanto, a perícia identificou lesões incompatíveis com a data do óbito, o que aponta ter ocorrido anteriormente. Isso indica que a mãe da criança estava “pelo menos conivente com Daniele”.
eu não sou eu. Mas quando se trata de uma situação com uma criança, ainda mais quando os pais estão envolvidos, é chocante. O Estado precisa responder. O estado precisa punir essas pessoas.
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