A Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG) confirmou na noite desta terça-feira (23) o primeiro caso de varíola em um cão em Juiz de Fora. Segundo o Estado, este também é o primeiro registro positivo em animais no Brasil.
De acordo com a SES-MG, trata-se de um filhote de 5 meses que morava no mesmo ambiente e teve contato com um caso humano confirmado de varicela. Este é o primeiro relato de transmissão da doença de humanos para animais no estado.
A confirmação foi comunicada pela Fundação Ezequiel Dias (Funed) ao Centro de Informações Estratégicas de Vigilância Sanitária de Minas Gerais (CIEVS Minas) após resultado positivo de exame de biologia molecular (qPCR) realizado em amostra de cão.
O paciente que esteve em contato com o cão dono do animal e iniciou os sintomas no último dia 3 de agosto. Procurou atendimento em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade no dia 8, quando foi coletada amostra da lesão, cujo resultado foi positivo para a doença.
O paciente foi orientado a manter o animal em isolamento e adotar medidas sanitárias para a rotina de alimentação do cão e limpeza do local. Ele deve usar luvas, máscara, camisa de manga comprida e calça para proteger a pele, além de desinfetar a área com água sanitária.
Paciente e cão estão isolados em casa e passam bem, segundo informações da Superintendência Regional de Saúde. O único contato humano domiciliar do paciente permanece assintomático e continua sendo monitorado.
No Brasil, até o momento, não havia evidências documentadas de transmissão da doença de humanos para animais ou de animais para humanos. Há dois relatos no mundo, nos Estados Unidos e na França, em que está sendo estudada a potencial transmissão de humano para animal.
Segundo os cientistas, o vírus que infectou um dos pacientes era 100% geneticamente compatível com o do cão. Os pesquisadores relatam que os donos impediram que o animal entrasse em contato com outros animais de estimação ou humanos desde o início dos próprios sintomas.
Nos países onde a varíola dos macacos é endêmica, apenas animais silvestres (roedores e primatas) foram vetores de transmissão do vírus.
Até então, a infecção entre animais domésticos nunca havia sido relatada. No entanto, nos EUA, a transmissão do vírus foi relatada em cães da pradaria, uma espécie de roedor, e na Europa, em primatas em cativeiro que entraram em contato com animais importados infectados.
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