O Ministério Público Federal dos Direitos do Cidadão determinou hoje que o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos tem três dias para prestar informações sobre todas as denúncias de violência contra crianças recebidas desde 2016. senadora eleita Damares Alves (Republicanos-DF), em que o então ministro da pasta fala de possíveis casos de abuso sexual infantil.
O pedido da Procuradoria prevê que as denúncias sejam relatadas “detalhadamente” e incluam aquelas “em andamento ou não, nos últimos sete anos (2016-2022), envolvendo tráfico transnacional de crianças e estupro de vulnerável”.
Em atendimento com crianças presentes no último final de semana, Damares detalhou abertamente os casos de abuso sexual aos ouvintes, que teriam sido cometidos contra crianças na Ilha de Marajó (PA). Ela não mostrou nenhuma evidência no momento da fala.
“Vou contar uma história, que agora posso contar. Temos imagens de crianças brasileiras de três ou quatro anos que, ao cruzarem fronteiras, têm os dentes arrancados para não morder na hora de sᕮxo oralmente”, relatou. Ela também disse que meninas e meninos comem alimentos moles “para que os intestinos estejam livres na hora da sᕮxo anal”, disse o ex-ministro.
De acordo com o Procurador Federal dos Direitos do Cidadão, Carlos Alberto Vilhena, as declarações do ex-ministro causaram “preocupação e perplexidade, principalmente por se tratar de informação sigilosa que era conhecida em função do cargo público então exercido”.
Hoje cedo, a deputada federal eleita Erika Hilton (PSOL-SP) acionou a PGR (Procuradoria Geral da República) contra Damares. Em entrevista com Notícias UOL, Erika disse que não acredita plenamente no relato do ex-ministro, porém, diz que, dada a gravidade das denúncias, o caso merece ser investigado. “Parece mais uma farra eleitoral bolsonarista”, disse o parlamentar.
Ontem, o MPF (Ministério Público Federal) exigiu mais informações sobre os supostos crimes cometidos contra crianças na Ilha de Marajó.
Ministério: As declarações de Damares são baseadas em indagações. Em nota, o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos disse ontem que o ex-chefe do ministério se baseia em “inúmeras investigações já iniciadas que dão conta de uma série de fatos gravíssimos cometidos contra crianças e adolescentes”.
“No caso específico do Marajó, o programa Abrace o Marajó foi criado justamente como resposta à vulnerabilidade social, econômica e ambiental, que caracteriza uma parcela significativa da Amazônia brasileira”, acrescentou o ministério, que afirmou ter investido R 950 milhões de dólares em “iniciativas para o desenvolvimento económico e social do arquipélago”.
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