Na manhã desta sexta-feira (11), a Polícia Federal (PF) lançou a operação Vidas Secas – Sinhá Vitória, para prender suspeitos de participar de esquema de superfaturamento de obras de transposição do Rio São Francisco.
De acordo com as investigações, empresários do consórcio OAS/Galvão/Barbosa Melo/Coesa utilizaram empresas de fachada para desviar cerca de R$ 200 milhões de recursos públicos destinados às obras, no trecho que vai de Pernambuco à Paraíba. O consórcio cuidou de dois dos 14 lotes envolvidos na transposição do rio. Os contratos investigados até agora somam R$ 680 milhões.
Ainda segundo a PF, algumas empresas ligadas à organização estariam em nome do doleiro Alberto Youssef e do lobista Adir Assad, investigados na Operação Lava Jato.
Ao todo, serão cumpridos 32 mandados judiciais nos estados de Pernambuco, Goiás, Mato Grosso, Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Bahia e Brasília, com quatro mandados de prisão no Rio de Janeiro, Distrito Federal, São Paulo e Ceará, quatro mandados de coação no Rio Grande do Sul, em São Paulo e Goiás. Ainda há 24 mandados de busca e apreensão, sete em Pernambuco.
Em Recife, a Polícia cumprirá mandados nos bairros de Boa Viagem, Coelhos e Graças. A PF segue atuante nos municípios de Sertânia e Salgueiro, no Sertão do Estado. Os investigados devem responder pelos crimes de associação criminosa, fraude na execução de contratos e lavagem de dinheiro.
As empresas não comentam
O relatório de G1 contatou cinco empresas listadas pela PF em endereços em Pernambuco. A Concremat Engenharia e Tecnologia S/A e a Galvão Engenharia, ambas sediadas em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, atenderam às ligações, mas não indicaram porta-vozes para comentar.
A OAS Engenharia, também em Boa Viagem, ainda não se posicionou sobre a operação da PF. A Arcadis Logos S/A, no bairro Coelhos, centro da cidade, não atendeu as ligações. A Ecoplan Engenharia Ltda., sediada no bairro das Graças, na Zona Norte, não quis falar com o repórter.
água para 390 municípios dos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte, beneficiando aproximadamente 12 milhões de pessoas.
A obra começou em 2006, quando teve um orçamento de R$ 4,5 bilhões. Devido a atrasos, o custo praticamente dobrou.
Segundo o Ministério da Integração Nacional, a demora na entrega dos trechos se deve à burocracia na escolha das empresas e na adequação dos projetos iniciais.
Por meio da construção de quatro túneis, 14 aquedutos, nove estações de bombeamento e recuperação de 23 barragens existentes na região Norte Nordeste, a transposição visa beneficiar, com as águas do Rio São Francisco, 11 bacias da região com menor índice per capita abastecimento de água. ao considerado ideal pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Cerca de R$ 1 bilhão do total de investimentos é destinado a programas ambientais básicos.
Segundo dados do mês de outubro, as obras do Projeto de Integração do Rio São Francisco apresentam 81% de execução física. Atualmente, são 10.141 trabalhadores contratados para trabalhar no empreendimento.
Para aprimorar a gestão, o Ministério da Integração Nacional implantou, em 2011, mais um modelo de monitoramento, licitação e contratação para os seis trechos de obras.
Fonte: gov.br
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