A ativista ambiental sueca Greta Thunberg liderou uma manifestação em Paris esta segunda-feira, 12 de fevereiro, contra um projeto de perfuração de petróleo na costa de França. Ela se juntou a centenas de jovens que marcharam até a sede da empresa Total, responsável pelo projeto, para exigir o seu cancelamento.
O projeto, denominado Eole, prevê a exploração de uma reserva de petróleo e gás no Golfo da Biscaia, a aproximadamente 150 quilómetros da costa francesa. Segundo a Total, o projeto poderá produzir até 300 mil barris por dia, o equivalente a 10% do consumo nacional de petróleo da França.
No entanto, os críticos do projecto afirmam que este representa uma ameaça ao ambiente e à biodiversidade marinha, além de ser incompatível com os compromissos climáticos da França e da União Europeia. Questionam também a viabilidade económica do projeto, que exigiria um investimento de cerca de 7 mil milhões de euros.
Greta Thunberg, que ficou famosa por iniciar o movimento global de greve estudantil pelo clima em 2018, disse que o projeto é um exemplo de como as empresas e os governos continuam a ignorar a urgência da crise climática. Ela apelou aos jovens franceses para que se mobilizassem para impedir que o projeto fosse aprovado.
“Estamos aqui para dizer à Total que não queremos mais petróleo, queremos um futuro limpo e seguro para todos. Não podemos permitir que destruam o nosso planeta em busca de lucro. Temos que agir agora, antes que seja tarde demais”, disse ela aos manifestantes.
A Total, por sua vez, defendeu o projecto, afirmando que segue os mais elevados padrões ambientais e sociais e contribuirá para a segurança energética de França. A empresa disse ainda que está comprometida com a transição para uma economia de baixo carbono e que investe em fontes de energia renováveis.
O projeto Eole ainda precisa da aprovação do governo francês e das autoridades europeias para começar. A previsão é que entre em operação em 2028, caso seja autorizado. A ativista ambiental Greta Thunberg participou, neste domingo (11), em Bordeaux, no sudoeste da França, de um protesto ao lado de milhares de manifestantes contra um projeto que envolve oito novos locais de perfuração de petróleo, apesar do país planejar interromper a exploração de hidrocarbonetos. até 2040.
“O abandono dos combustíveis fósseis deve começar agora pela rejeição deste projecto”, disse Natalie Herv, porta-voz do colectivo ‘Stop Ptrole Bassin d’Arcachon’, que descreveu a perfuração como um “mau sinal” para as ambições ambientais da França.
Os organizadores informaram que 3 mil manifestantes participaram do evento, enquanto as autoridades informaram que esse número era de 1.200 pessoas.
Greta Thunberg chegou a Bordéus um dia depois de protestar no sul do país ao lado de opositores ao projeto de construção da autoestrada.
A jovem sueca, vestida com uma capa de chuva rosa e com uma kufiya palestina no pescoço, não fez declarações, mas dançou e entoou slogans em francês e inglês contra a indústria petrolífera.
A nova perfuração perto de Arcachon é um projecto do grupo canadiano Vermilion Energy, que tem concessão para explorar petróleo na comuna de Teste-de-Buch até 1 de Janeiro de 2035. Cerca de 50 poços produzem actualmente cerca de 1.500 barris por dia nesta região. .
O projeto ainda precisa ser autorizado e seus críticos têm a opção de levá-lo à justiça.
Em 2017, o governo francês colocou em votação o encerramento progressivo da exploração de hidrocarbonetos no país até 2040.
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