Em 2005, um grande esquema de corrupção no sistema político deixou milhões de brasileiros escandalizados: a mensalidade. Comandado por militantes do Partido dos Trabalhadores (PT), o sistema funcionava de forma simples: mensalmente, era destinado a cada deputado uma quantia em torno de 30 mil reais para que o político votasse a favor dos projetos dos dirigentes.
à controvérsia
Conforme noticiado pelo site Toda Matria, em maio de 2005, a revista Veja denunciou a existência de um vídeo em que o ex-funcionário dos Correios, Maurício Marinho explicou a dois empresários o sistema de corrupção praticado na estatal.
Na gravação, ele recebeu três mil reais como propina em troca de fraude de contrato. Além disso, citou Roberto Jeffersondeputado federal e presidente do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), como idealizador do esquema, que destinou recursos ao Partido dos Trabalhadores (PT).
Em resposta à exposição do caso, Roberto decidiu entregar informações importantes ao jornal Folha de São Paulo. Na ocasião, ele explicou como funcionava a compra de votos de parlamentares na política.
Você vai investigar
Inicialmente, foram criadas duas frentes de pesquisa: a primeira liderada pela Comissão Parlamentar de Inquérito Postal e a segunda ficou conhecida como CPI do Mensalo.
Na ocasião, o presidente do PTB destacou Delbio Soares, tesoureiro do PT, como responsável pelos pagamentos ilícitos. Ele também alegou ter recebido R$ 4 milhões não declarados do partido e que José Dirceuentão ministro da Casa Civil, ficou sabendo do esquema, mas exonerou o presidente Lula.
Outras informações dadas por Roberto Jefferson foi que os assessores dos deputados foram a uma agência do Banco Rural com o intuito de receber uma quantia que variou entre 20 e 60 mil reais, dinheiro que saiu das contas do empresário Marcos Valrio. Logo se descobriu que ele fez empréstimos no banco e entregou o dinheiro ao PT, que usou o valor em campanhas eleitorais.
Em julho daquele mesmo ano, Lula fez a seguinte declaração: Dói a quem dói, continuaremos implacáveis na investigação de corrupção. O PT tem que explicar à sociedade brasileira os erros que cometeu. O que o PT fez, do ponto de vista eleitoral, o que foi feito no Brasil sistematicamente.
No mês seguinte, ele pediu desculpas em nome do partido em rede nacional. No entanto, foi apenas no final do segundo mandato que o ex-presidente reconheceu ter conhecimento da mensalidade desde 2005, conforme noticia o site Toda Matria.
Cassação de mandatos
Após a fase de depoimento dos envolvidos, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados pediu a cassação do mandato de vários deputados. Feito isso, o próximo passo foi transferir o caso para o Supremo Tribunal Federal.
O processo durou de 2007 a 2011, mas o julgamento só aconteceu em 2012, devido a mudanças nos membros que compunham o STF.
O juiz Joaquim Barbosa considerou que os réus deveriam ser condenados em primeira instância, mas o revisor Ricardo Lewandowski era contra a decisão, então houve vários conflitos entre os dois. No final, dos 38 Rus, 12 foram absolvidos, 25 foram condenados e 1 morreu.
Ao mesmo tempo, veio à tona que o pagamento de propina com o objetivo de aprovar projetos era algo comum no ambiente político desde que o governo de Fernando Henrique Cardosoque ocorreu entre 1995 e 2003.
O caso ficou conhecido como Mensal Tucano, termo associado ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), em que cerca de 3,5 milhões de reais teriam sido desviados de empresas estatais do estado de Minas Gerais.
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