Os probióticos são importantes aliados da microbiota intestinal e estão presentes em diversos alimentos e bebidas, como vinagre, molho de soja, iogurtes e no kombucha, bebida à base de chá fermentado que pode ser misturado a sucos de frutas e que vem ganhando cada vez mais adeptos . , seja pelo sabor refrescante, seja pelos benefícios para a saúde.
Já existem muitas marcas no mercado brasileiro para quem quiser experimentar a bebida. Mas, quem já provou e aprovou, pode fazer o kombucha em casa. O preparo é simples e produzir seu próprio kombucha é mais barato e sustentável, pois evitamos embalagens e consumos desnecessários. Além disso, ao monitorar toda a produção entendemos o ciclo natural do processo.
“Fazer kombucha tem tudo a ver com comunidade e reutilizar recursos”, diz Paula Costa, fundadora da consultoria agroflorestal Pretaterra. Isso porque, para fazer o kombucha, primeiro você precisa obter uma muda de scoby, uma cultura de bactérias e leveduras que fermentam o chá. Essa muda geralmente é doada por amigos e conhecidos ou por participantes de grupos de interesse, que existem no Facebook, por exemplo.
Para receber sua doação de scooby, compartilhe esse desejo nas redes sociais ou procure grupos e comunidades de pessoas que já fazem kombucha caseiro.
Paula conta que existe um paralelo entre probióticos e agrofloresta, sistema de plantio que combina culturas alimentares com plantas que compõem a floresta. “A agrofloresta é biodiversa e só funciona porque há harmonia entre tudo o que é plantado, os animais que fazem parte da paisagem etc. Os probióticos são a mesma coisa para o corpo, trabalham em conjunto com a microbiota intestinal”, diz.
1 – Adicione chá ao scoby
Em uma jarra de vidro ou outro material transparente já com o scoby e ¼ do líquido do próprio scoby, adicione o chá preto ou verde (Camellia sinensis) e açúcar. Desta forma, as bactérias e leveduras do scoby transformarão o açúcar em ácido acético.
“Tem gente que usa chás de ervas, mas para variar é preciso ter mais conhecimento do processo. Por isso, recomendo o chá preto ou verde para quem está fazendo pela primeira vez”, diz Valter Ziantoni, também fundador da Pretaterra.
O líquido deve ficar entre duas e três semanas fermentando. Na primeira fermentação, o pote deve ser coberto com um saco de voil, tule ou qualquer material que permita a passagem do ar. “É importante ficar atento à cor do scoby, que precisa ser mais uniforme, marrom ou esbranquiçado”, diz Paula. “O scoby não pode ser preto ou deve se parecer com mofo ou bolor. Se for, é recomendável jogá-lo fora e começar tudo de novo. Isso vale para qualquer etapa do processo.”
– Publicidade –
Além disso, deve-se ter cuidado com o local de armazenamento da bebida, que deve ser longe da pia, luz direta, janelas e frutas e verduras, que podem contaminar o processo. Um armário de cozinha, sem outros alimentos, é uma boa opção.
“É possível experimentar, no final da segunda semana, para entender se o kombucha já é agradável ao paladar. Caso contrário, é possível deixar fermentar por mais ou menos dias”, diz Paula. “A velocidade da fermentação depende do tamanho da placa scoby. Quanto maior a prancha, mais rápida ela é”, diz Valter.
2 – Use suco de frutas para a segunda fermentação
Depois de pronto o primeiro kombucha, é possível fazer uma segunda fermentação com suco de fruta – natural de qualquer fruta ou uva inteira (aquelas vendidas em supermercados). Assim, será obtida a versão carbonatada da bebida. “Não pode ser só suco de saquinho”, avisa Valter.
Suco de maçã ou outros sucos prontos para beber que contenham suco de maçã podem dar ao kombucha um sabor muito ácido, por isso é melhor procurar outras opções. Sucos de frutas naturalmente mais doces, como manga, garantem um sabor mais suave.
Nesta fase, uma garrafa de vidro pode ser preenchida com três quartos do kombucha e um quarto do suco da fruta, mas a proporção pode ser testada e alterada a cada procedimento. Assim como no primeiro passo, também é preciso ter cuidado com o local onde o kombucha é armazenado e uma pequena placa de scoby pode se formar. Nesta segunda fermentação, a bebida pode ser armazenada na geladeira, retardando o processo de fermentação.
“É importante lembrar de lavar as embalagens ao fazer mudanças para as próximas produções”, diz Valter.
Discussão sobre isso post