Ter um animal de estimação é uma decisão que deve ser tomada com muito cuidado, pois pode pesar mais do que você imagina no orçamento da família, e acabar com o abandono ou devolução do animal. No ano passado, o gasto médio mensal dos brasileiros com cães foi de R$ 408,76, enquanto os donos de gatos pagaram um pouco menos da metade desse valor, R$ 200,19, em média. Os cálculos foram feitos pelo IPB (Instituto Pet Brasil).
Mas, enquanto as finanças pessoais de quem tem pet tendem a ficar um pouco mais apertadas, o crescimento do mercado pet é favorável para a economia do país. O setor teve um aumento de 27% na receita em 2021, em relação ao ano anterior, atingindo R$ 51,7 bilhões. Para 2022, o IPB projeta um crescimento de 14%, com ganhos de 58,9 bilhões.
Quem lidera o segmento é o setor de Pet Food, responsável pela venda de alimentos industrializados para animais de estimação. Só nos três primeiros meses deste ano, teve faturamento de R$ 33,1 bilhões, o que equivale a 56,3% do ganho total do mercado pet no período.
Os números são impressionantes, mas condizem com o tamanho do amor que os brasileiros têm pelos animais de estimação, já que o Brasil é um dos países com maior número de lares com animais de estimação no mundo. O levantamento do IPB mostra que há 149,5 milhões de animais vivendo nos lares brasileiros. Esse número corresponde a 68% da população nacional, estimada em 213,317 milhões de habitantes em 2021, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O valor também é mais de quatro vezes maior que o número de crianças de até 12 anos que vivem no país, 35,5 milhões, segundo a PNAD-Contínua 2018 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), o cálculo mais atual do IBGE para esse dado .
Quantos?
Ter um cachorro, que é o animal de estimação preferido do brasileiro, custa em média R$ 408, cerca de um terço do salário mínimo atual de R$ 1.212. Como os gastos dependem do porte de cada animal, os gastos podem ficar entre R$ 300 e R$ 530.
Se o pet for um cachorro pequeno, com peso de até 10 kg, a família pode gastar até R$ 299,66. Quem tem cachorro de médio porte, pesando entre 10,1kg e 25kg, tem que pagar R$ 393,01, e donos de cachorro grande, com peso acima de 25kg, gastam R$ 533. .60, equivalente a 44% do valor salário mínimo.
Ter um gato é muito mais barato, e custa R$ 200,00 por mês, em média, menos da metade de um cachorro. Talvez isso explique o aumento recorde do número de felinos nos lares do país, com um aumento de 6% em relação ao ano passado. No mesmo período, os cães cresceram 4% e as aves, 1,5%.
Para Nelo Marraccini, presidente do Conselho Consultivo do Instituto Pet Brasil, o impacto dos animais de estimação na renda mensal é uma das razões pelas quais o número de felinos cresceu mais do que o número de caninos nos lares brasileiros.
“Não há dúvida de que os cães ainda são os ‘queridinhos’ em nossas casas, mas nos últimos anos o número de gatos vem crescendo a um ritmo mais acelerado do que o número de cães. Como motivos, vemos não só o menor custo de cuidar de gatos, mas também o envelhecimento da população e o aumento de pessoas morando em apartamentos e sozinhas. Os gatos exigem atenção, mas menos do que os cães”, diz Marraccini.
De acordo com o Censo Pet do IPB, divulgado em junho, dos 149,6 milhões de animais de estimação existentes no Brasil, os cães são a maioria, com 58,1 milhões de indivíduos, seguidos por pássaros canoros (41 milhões) e gatos. (27,1 milhões).
“Pesquisar sobre o custo mensal dos animais de estimação é essencial porque toda pessoa que pensa em adotar ou comprar um animal de estimação precisa ser financeiramente responsável. Animais de estimação exigem não apenas carinho, mas também despesas. Calcular esse impacto de longo prazo também é uma forma de amor pelos nossos animais de estimação”, diz Marraccini.
Por fim, a pesquisa também fornece dados sobre outros animais de estimação menos tradicionais, como pássaros, peixes e répteis. O brasileiro gastou R$ 105,50 por mês em pescado no ano passado. A média para roedores de estimação foi de R$ 92, enquanto répteis, como lagartos e cobras, geraram gastos médios de R$ 23,20. As aves são os animais que exigem o menor custo de atendimento: R$ 7,50 por mês.
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