Pix pode se tornar um grande problema para quem é alvo de criminosos que usam pagamento para cometer fraudes; confira dicas de como se proteger
Pix é um sistema de pagamentos brasileiro instantâneo criado pelo Banco Central do Brasil em 2020 que ultrapassou a marca de 160 milhões de transações em apenas 24 horas no ano passado. Desde que o serviço entrou em funcionamento, porém, criminosos o utilizam para cometer fraudes, como Pix reverso, Pix para QR Code falso, golpe de mão fantasma, entre outros ataques, com o objetivo de roubar dinheiro e dados bancários das vítimas. Para quem foi alvo de golpe, é possível tentar recuperar o valor roubado com a ajuda do Mecanismo Especial de Devolução (MED), ferramenta criada pelo Banco Central para reverter fraudes envolvendo o Pix. Para reforçar a segurança das transações bancárias, o TechTudo preparou um guia completo com os principais tipos de golpes de Pix e como se proteger dos criminosos. Confira.
Principais tipos de golpes do Pix
Frequentemente surgem novos tipos de golpes, à medida que os criminosos tendem a mudar estratégias e otimizar as técnicas existentes. A seguir, conheça os principais tipos de fraudes no Pix.
Golpe de Pix reverso
Nessa fraude, os criminosos desenvolvem um comprovante falso de transferência via Pix e colocam a conta bancária da vítima como destinatária. Em seguida, enviam a imagem falsa por e-mail ou WhatsApp, alegando que houve um engano e pedindo a devolução do dinheiro, que nunca foi depositado. Para não cair no golpe do Pix reverso, basta abrir o aplicativo do banco e conferir seu extrato. Se o valor declarado não constar nos recibos, isso comprova tentativa de fraude.
Golpe Fantasma Mo
Esse golpe é uma das fraudes mais complexas envolvendo o Pix. Anteriormente, os criminosos ganhavam acesso remoto ao celular da vítima e trocavam o destinatário da transferência sem que a pessoa percebesse. Com a mudança, os golpistas passaram a automatizar a troca de transferências, instalando no celular da vítima um malware que pede permissão de acessibilidade e finge ser uma atualização de aplicativo. O Golpe da Mão Fantasma aplica uma técnica chamada Sistema de Transferência Automatizada (ATS), que bloqueia a tela durante a transação do Pix e altera o destinatário automaticamente, ou seja, o golpista não precisa estar online no momento do roubo. Para se proteger, utilize lojas confiáveis para baixar aplicativos como Google Play Store e Apple Store e evite baixar aplicativos de fontes desconhecidas, pois essa é uma das principais formas de invadir o sistema do celular. Também é importante evitar permissões de acessibilidade desnecessárias no dispositivo.
Pix para QR Code falso
Nessa técnica, os criminosos utilizam um QR Code falso para redirecionar o valor de um pagamento. Geralmente, os golpistas tentam se passar por alguém conhecido da vítima pedindo dinheiro, ou até mesmo empresas de confiança, oferecendo descontos imperdíveis para pagamentos realizados via QR Code. Para evitar fraudes, é preciso analisar cuidadosamente a origem do contato e os dados apresentados. Vale ressaltar que, em casos de dúvidas, é recomendado entrar em contato com os canais oficiais da empresa de cobrança.
Rob do Pix
A estratégia utilizada pelos criminosos é atrair a atenção das vítimas com a promessa de dinheiro fácil a partir de uma transferência inicial. Eles convencem a pessoa a comprar o robô Pix, que automatizaria comentários em postagens de sorteios no Instagram, alegando retorno financeiro rápido. Em seguida, a vítima paga um valor de “depósito”, que deverá ser devolvido logo em seguida. Porém, após receberem o dinheiro, os golpistas encerram o contato com a vítima.
A principal forma de se proteger de golpes que oferecem ofertas milagrosas como o robô Pix é pesquisar, nos buscadores e nas redes sociais, avaliações sobre a mercadoria ou serviço oferecido. Caso a oferta seja uma fraude, certamente aparecerão denúncias de consumidores ou mesmo denúncias denunciando o golpe.
GoPix
GoPix é uma técnica semelhante ao Golpe da Mão Fantasma, pois também desvia o valor da transferência de compras online. O ataque acontece quando o internauta clica em propagandas fraudulentas, como links falsos para WhatsApp ou Correios, que geralmente são escritas com pequenos erros ortográficos e patrocinadas para aparecerem nos primeiros resultados de busca do Google. Assim, o usuário acaba instalando malware ao navegar no site falso, e o software nocivo altera o destinatário do Pix durante os pagamentos online.
GoPix é comum em transações de alto valor realizadas em e-commerce. Para não cair em fraudes, é preciso ficar atento às propagandas que aparecem na internet, evitando clicar em links patrocinados que pareçam suspeitos ou que contenham erro ortográfico.
Cair no golpe do Pix: o que fazer?
O Mecanismo Especial de Devolução (MED) é um recurso desenvolvido pelo Banco Central para ajudar, principalmente, em casos de fraudes e Pix errado. A ferramenta serve para facilitar devoluções, aumentando as chances da pessoa recuperar o valor perdido. Porém, é preciso agir rapidamente para ter maiores chances de resolver o problema. Abaixo, veja o procedimento para tentar reaver o dinheiro:
Caso você seja vítima de fraude ou golpe do Pix, tire um print da tela de transferência e entre em contato com a instituição financeira que você utiliza, via chat ou telefone. É importante reportar o mais rápido possível;
O bancário avaliará o caso e entrará em contato com o MED, caso entenda que houve de fato uma fraude. Sendo assim, o destinatário do Pix terá os recursos da conta bloqueados;
Depois disso, a situação será analisada em até 7 dias. Caso a conclusão seja negativa por fraude, o destinatário terá os recursos desbloqueados. Mas, caso tenha ocorrido um golpe, a vítima receberá o dinheiro de volta, total ou parcialmente, em até 96 horas. Vale ressaltar que o MED também pode ser utilizado caso haja falha operacional no Pix de uma instituição. Por exemplo, no caso de uma transação duplicada, a ferramenta avalia se houve falha e o dinheiro é devolvido em até 24 horas.
Fiz um Pix errado. E agora?
Nem sempre é possível recuperar o dinheiro enviado pelo Pix, pois se trata de um sistema de transferência instantânea. Na prática, a recuperação do valor depende tanto da instituição financeira como da cooperação do destinatário. Caso o usuário faça um Pix errado, existem algumas formas de tentar recuperar o valor transferido. Uma opção é utilizar o Mecanismo Especial de Retorno (MED), conforme mostrado no tópico anterior, mas para que essa solução funcione é preciso agir rapidamente. Outra opção é entrar em contato com a instituição financeira onde foi realizada a transação e pedir instruções sobre como resolver o problema. Outra alternativa é conversar com quem recebeu o Pix errado e pedir a devolução. Caso ela não devolva o valor, é possível recorrer à Justiça, pois pela legislação brasileira a prática configura crime de apropriação indébita (artigo 168 do Código Penal).
Por outro lado, caso receba um Pix inesperado, também é necessário devolver o valor recebido. Portanto, abra o aplicativo do banco, acesse o extrato e verifique quem lhe enviou o Pix. Em seguida, entre em contato com a pessoa via celular ou e-mail.
Como se proteger dos golpes do Pix?
É necessário tomar alguns cuidados gerais para evitar cair em golpes de Pix. Em primeiro lugar, desconfie sempre de descontos e ofertas que pareçam boas demais ou de investimentos que prometem retornos financeiros rápidos e fáceis. Veja sempre a origem das propostas e os contatos recebidos via WhatsApp e e-mail. Além disso, é fundamental ficar atento aos dados do destinatário e ao comprovante de pagamento da transferência via Pix, garantindo que o valor foi transferido para a conta correta. Também é recomendado utilizar antivírus tanto no celular quanto no computador, e mantê-lo sempre atualizado para dificultar o ataque de malwares ao sistema do aparelho.
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