Encontrou uma espécie de “pelúcia” ou manchas de mofo na fruta? Você não pode simplesmente cortar o pedaço mofado e aproveitar o resto.
Especialistas consultados por g1 não recomende comer nem mesmo a parte aparentemente saudável desses alimentos, pois alguns fungos podem produzir substâncias invisíveis e nocivas. Por isso, sua ingestão pode causar problemas digestivos ou outras doenças.
E reforçam que a orientação é especialmente importante para quem faz parte de grupos considerados vulneráveis, como crianças, idosos e pessoas com sistema imunológico debilitado.
1. Quais são os perigos de comer frutas mofadas?
Segundo Uelinton Pinto, professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP) e pesquisador do Centro de Pesquisa em Alimentos FoRC, há risco em comer frutas mofadas.
“Alguns fungos podem produzir micotoxinas, que causam intoxicação ou, com consumo crônico, podem causar alguns tipos de câncer, como o de fígado. A melhor precaução, sempre.”
Frutas simuladas Foto: wigofoto.nl no Visualhunt
A professora Roseane Batitucci Passos de Oliveira, do Departamento de Alimentos da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), explica que, mesmo cortando a parte visível do molde, estruturas dos fungos que podem permanecer no “ boa” parte do fruto pode permanecer. são microscópicos.
“Não é possível saber se tudo foi eliminado. a parte [dos fungos] que ficar na comida pode causar problemas. Não é apenas um problema que acontece quando você come, como as bactérias. Os sintomas podem ocorrer por períodos mais longos.”
2. Uma fruta mofada estraga toda a caixa?
No caso dos morangos, por exemplo, quando algumas frutas estão mofadas na caixa, nem sempre iniciam o processo de deterioração ao mesmo tempo.
“O amolecimento do morango, por exemplo, resulta da produção de enzimas pectinolíticas pelos fungos, que acabam liberando água e deixando a fruta com aspecto desagradável. Nesse caso, toda fruta amolecida deve ser descartada”, explica o professor.
3. Como ocorre a contaminação das frutas?
Não se sabe quantas espécies de fungos existem, mas estima-se que cheguem a 300.000. Moldes ou bolores são espécies de filamentos, que se desenvolvem em matéria orgânica.
Uma das formas de propagação do fungo é por meio de esporos, que podem ser transportados pelo ar, ou por contato.
Assim, uma fruta estragada pode contaminar frutas próximas. Mas o pesquisador da USP explica que esse não é um processo rápido.
“Muitas vezes encontramos uma laranja na fruteira que começou a mofar, mas as outras ainda estão em bom estado, e é possível verificar a textura pelo toque, pois a fruta boa estará firme. O deteriorado será amolecido.”
4. Quais fatores interferem na deterioração causada por fungos?
As estruturas de alguns alimentos atuam como barreira para que os fungos acessem as partes nutritivas e também auxiliam na conservação. As cascas e cascas de frutas são exemplos disso.
“Se a fruta for de consistência dura, é mais difícil para o fungo se espalhar. Se for poroso e macio, fica mais fácil”, disse o pesquisador.
Frutas que caem no chão ou que se machucam acabam tendo um processo de deterioração mais rápido.
“Os fungos podem fazer com que eles apodreçam, pois os tecidos internos estão mais prontamente disponíveis. Os fungos vão atrás dos nutrientes do produto, como os açúcares da fruta. Então, quando quebramos a casca, esses microrganismos podem ter fácil acesso.
Frutas com alta acidez podem favorecer o crescimento de fungos em detrimento de bactérias, como acontece com morangos, mamão, laranja, limão, maçã, pêra e uva.
5. Como as frutas devem ser comercializadas?
Na hora da compra, verifique se as frutas estão bem armazenadas, na temperatura ideal. Pela norma atual do Ministério da Agricultura, os produtores não precisam mais indicar o prazo de validade na embalagem.
No entanto, os estabelecimentos comerciais continuam a ser obrigados a vender apenas hortícolas que cumpram os requisitos mínimos de identidade e qualidade.
Segundo o Ministério, os alimentos que atendem a esses requisitos são aqueles que são:
- inteiros;
- limpar;
- empresa;
- livre de pragas visíveis a olho nu;
- desenvolvido fisiologicamente ou apresentando maturidade comercial;
- livre de odores estranhos;
- não se apresentem excessivamente maduros ou obsoletos;
- livre de danos profundos;
- livre de podridão;
- não desidratar ou murchar.
Antes de colocar na fruteira ou na geladeira, o ideal é higienizar a fruta e deixar secar. Mesmo em baixa temperatura há fungos que podem se multiplicar.
Aprenda a identificar frutas e legumes estragados Foto: Arte/g1
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